Conheci quem foi o meu marido por 22 anos no último ano da faculdade. Ele era um homem viúvo, 10 anos mais velho do que eu que tinha um filho pequeno do primeiro casamento.
Tivemos um início apaixonado e impulsivo, movido pelas nossos vícios complementares. Dentre as minhas distorções pessoais do que significa amar estava ser valorizada por um homem percebido como mais experiente e inteligente, sentir-me segura emocional e financeiramente.
Adicionalmente, dadas às distorções emocionais dentro de mim, não fui uma boa mãe e deixei um legado bastante difícil para os meus filhos. As minhas dores não sentidas e a minha arrogância se traduziram em severidade, controle e ameaças. Por não saber lidar com as minhas próprias emoções, tampouco pude ensiná-los a importância de nos mantermos sempre abertos para elas. Por manter uma fachada de benevolência e perfeição, tampouco os ensinei que a verdade e transparência com os nossos erros é o caminho para a sua correção. Os fiz especiais para mim, pelo desejo subjacente de que esse valor também fosse atribuído a mim.
A maternidade trouxe a sua própria experiência de valorização e preenchimento de um papel feminino, e gradualmente a sexualidade foi perdendo o seu atrativo. Paralelo a isso o meu foco de atenção se mantinha na exploração de atividades espirituais não compartilhadas pelo meu marido. No casamento, como os vícios e as codependências não estavam sendo trabalhadas criaram as bases para os eventos que culminaram na separação.
Como uma bomba, a sexualidade reapareceu projetada num amigo nesse caminho espiritual que estava seguindo. Foi uma das épocas mais desafiantes da minha vida, pois era literalmente como sentir o diabo e o anjo dentro de mim lutando pela minha alma. Claro que isto é apenas um forma simbólica de expressão. O diabo eram as minhas emoções não resolvidas, e o anjo a minha consciência. O meu caráter não estava suficientemente desenvolvido e certas situações inapropriadas acabaram acontecendo. Compartilhei com meu marido a situação, e juntos tentamos recomeçar. Infelizmente, não conseguimos corrigir as causas que levaram aos eventos, nem processar adequadamente a dor que eles causaram.
Cerca de seis anos depois, a ferida se abriu novamente. Desta vez, não havia alguém por quem eu me sentisse particularmente atraída. Havia me reconectado com antigos amigos e amigas de infância, cuja dinâmica carregava uma forte carga sexual, típica do jeito panamenho de ser, além de desenvolver laços emocionais com novos amigos e amigas. Esses vínculos foram interpretados como uma traição.
Na época, nenhum dos dois tinha o desenvolvimento emocional para resolver o problema e o casamento acabou. Isso aconteceu em 2015.
Após um ano de luto, decidi que era hora de tentar novamente. Me envolvi com três homens em sequência, quase como uma corrente. Nenhum desses relacionamentos foi baseado no amor como hoje entendo; em vez disso, a dependência emocional era a verdadeira força por trás da atração.
Por mais de um ano até agora, escolhi não buscar relacionamentos do tipo “alma gêmea”. Em vez disso, tenho explorado o que o amor realmente significa sob a perspectiva de Deus e aprofundado minha compreensão sobre os erros do passado e as emoções que os motivaram. Também estou aprendendo a acolher e valorizar o amor em mim mesma e a compartilhá-lo com os outros. Acredito que este é o passo mais amoroso que posso dar para crescer no amor e, eventualmente, encontrar minha alma gêmea.